Com este fechar do ano (essa invenção do homem que permite
imaginar, a cada 365 dias, um novo recomeço), fecha-se também um ciclo da minha
existência. Até há relativamente pouco tempo eu ainda era o menino de alguém,
agora sou apenas eu, o menino de ninguém. Talvez seja meu ou remotamente das
pessoas que alegraram os quadros da minha já longa vida.
Nesta vida sem rumo em que a minha existência prossegue, é difícil
fazer balanços, até porque a um balanço maior podemos nem resistir.  Daí que o melhor mesmo seja ficar, ficar por ficar,
esperar. Pode ser que os ventos nos levem a um bom porto ou nos esmaguem em
qualquer costa rochosa...nesta imensa sem vontade em que se transformou a minha
existência, resta a suprema felicidade de ter valido a pena...existir!

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